sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

 

AS CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL

 

Solange Neves Bueno[1]

Graziela Rinaldi da Rosa[2]

RESUMO

O presente estudo buscou analisar quais as contribuições da Educação de Jovens e Adultos no Campo da Saúde Mental nos processos inclusivos, na (re) construção da cidadania e o desenvolvimento das habilidades necessárias para a aquisição da leitura e escrita. Para buscar o objetivo proposto, optou-se pela pesquisa ação, elegeu-se como instrumentos para a coleta de dados, a observação participante e o diário de aula. O contexto investigado foi uma turma de Educação de Jovens e Adultos que se realizou no Centro de Atenção Psicossocial. Os sujeitos estudados foram usuários desta instituição, sendo homens e mulheres, adultos acima de dezoito anos, variadas etnias, credos, localidades, portadores de transtorno ou deficiência mental, todos/as os/as participantes tem algum comprometimento cognitivo e fazem uso de psicofármacos. Durante as aulas foram aplicadas atividades que permitiram proporcionar aos participantes condições para que se tornassem sujeitos de sua própria aprendizagem, a partir de descobertas realizadas por meio de variadas formas, como: jogos, leituras e dramatização, desenvolvendo seu senso crítico, modificando seu comportamento com responsabilidade, respeito e cooperação, tornando-se assim um cidadão consciente de seu lugar na sociedade. A partir da análise das observações das atividades propostas, dos registros no diário e do contexto estudado, foi possível perceber a importância de inserir atividades educacionais dentro deste espaço de saúde mental, onde os processos educativos como o trabalho com alfabetização possibilitaram meios para que estes indivíduos pudessem manifestar seus sentimentos, ideias e anseios, valorizando atitudes de cooperação, hábitos de autocuidado, cidadania e respeito às regras da convivência social, pontuando assim como contribuição da EJA no campo da Saúde Mental nos processos inclusivos, na (re) construção da cidadania e desenvolvimento das habilidades necessárias para processo de aquisição da leitura e escrita.

 

 

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Saúde Mental; Alfabetização e Letramento; Inclusão.


INTRODUÇÃO

Falar dos movimentos que me levaram a presente pesquisa conduz à minha experiência profissional como acompanhante terapêutica, onde trabalho com jovens e adultos que são portadores de transtorno ou deficiência mental no CAPS.

Meu ingresso no campo da saúde mental se deu ainda na graduação de Pedagogia, onde as questões ligadas à educação dentro destes espaços trouxeram-me inquietações e questionamentos, pois percebia que não havia incentivo em relação às questões voltadas para a educação, como a inserção em espaços escolares, sendo que a atenção dos profissionais estava voltada mais para a medicalização, psicoterapias e oficinas de arte e dança, assim:

 

[...] no final da década de 1970 começava o movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, que está fundamentada no modelo italiano, onde se trabalha a desinsititucionalização e a mudança de forma de como a doença mental é vista, partindo da premissa de que não se deve separar a doença da existência global do sujeito (SOUZA, 2007, p.29).

 

Foi um trabalho onde o entusiasmo e as frustrações andaram juntas, onde inúmeras vezes refleti sobre minhas práticas, avaliando e reformulando o meu fazer. Houve um intenso movimento para se mudar o foco da atenção da doença para a existência-sofrimento mental destes participantes, propiciando assim a recuperação da autonomia, cidadania e a reinserção deste sujeito em sua sociedade.

É um serviço pautado dentro do modelo substitutivo dos hospitais psiquiátricos, onde o tratamento destas pessoas é realizado junto aos seus familiares, pessoas pertencentes ao seu círculo social e no território. Nele são acolhidas e atendidas pessoas maiores de 18 anos, portadoras de sofrimento psíquico grave e persistente, funciona de segunda à sexta-feira das 08h00min da manhã até as 18h00min, onde o papel fundamental é o cuidado destas pessoas, no âmbito do Sistema Único de Saúde. 

Partindo do pressuposto que o acesso à educação é um direito de todos os cidadãos brasileiros, independente de credo, classe social, sexo, cultura ou deficiências, a Lei Federal nº 10.216 de 2001 dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com sofrimento psíquico, estando previstos nesta Lei o atendimento integral com serviços psicológicos, serviço social, médico, de lazer, ocupacionais, mas nesta Lei não coloca a educação como um destes atendimentos prioritários.

Diante desta realidade, em 2011, foi criado o projeto Alfabetização e Letramento no CAPS, onde através da formação de uma turma de EJA, houve o intuito de proporcionar momentos de construção de conhecimentos e aprendizagens, pois estas pessoas que participaram desta turma não tiveram acesso à escola ou não conseguiram permanecer devido ao seu sofrimento mental.

Umas das grandes motivações para a criação deste projeto foi quando um usuário do CAPS, de cinquenta e seis anos, analfabeto, disse que gostaria de aprender a escrever o nome para assinar na carteira de identidade, onde iria fazer uma nova. Feito realizado, ele estava muito feliz por poder assinar seu nome, pois dizia estar cansado de colocar o dedo no lugar das assinaturas.

Optou-se pelo referido tema, pois, durante a realização das aulas no Centro Psicossocial, notou-se a necessidade de explorar mais essa área do conhecimento, assim foi constatada como problemática para a pesquisa saber quais são as contribuições que a Educação de Jovens e Adultos pode proporcionar na construção de processos inclusivos no campo da saúde mental?

            Este trabalho procurou conscientizar a sociedade de que as pessoas portadoras de transtorno ou deficiência mental também têm o direito e condições de serem alfabetizadas, inseridas no meio escolar e participarem de sua sociedade em geral, incentivando assim através de diversas atividades pedagógicas o gosto à leitura e a escrita.

Para dar conta da problemática, proposta, este trabalho tem como objetivo geral: proporcionar a (re) construção da cidadania de homens e mulheres acima de dezoito anos portadores de transtorno ou deficiência mental através da educação, levando em consideração a pluralidade sociocultural destes sujeitos, seus anseios e perspectivas em relação às suas vidas, pois:

 

Por conseguinte, na aprendizagem da cultura escrita os jovens e adultos assumem  o

sentido de escrever a sua vida como autor e como testemunho da história. Alfabetizar-se, então é ‘biografar-se’, ‘historicizar-se’, por isso é um processo que tem uma dimensão de desafio no sentido que esses estudantes se vejam vivendo e produzindo em determinada sociedade, que também são fazedores de cultura e, ao perceber-se como tal reencontram-se com os outros e nos outros no seu “círculo de cultura.” O “círculo de cultura” é o espaço de possibilidades para questionar e romper com a formação ideológica reprodutora da cultura do silêncio, que alicerça o tratamento discriminatório em relação ao analfabeto e o pouco escolarizado (VIERO, 2016, p.07).

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Definiram-se como objetivos específicos: analisar e propor práticas educativas, promovendo a construção de aprendizagens e conhecimentos; Proporcionar momentos de convivência das diferenças e singularidades, sendo consideradas as bagagens culturais, intelectuais e os saberes já existentes; Conhecer a realidade aos quais os sujeitos da pesquisa estão inseridos, suas limitações e formas de aprendizagens.

            Esta pesquisa trouxe como reflexão a interface entre a Saúde Mental e a Educação, onde foram desenvolvidas atividades educacionais que contribuíram para a melhora da autoestima, concentração, disciplina, cooperação e a certeza de que todos são capazes de aprender e adquirir novos conhecimentos.

 

METODOLOGIA

 

Este estudo utilizou a pesquisa ação, visto que se trata de um enfoque de investigação social e é considerada a mais indicada para esta pesquisa, pois o pesquisador está inserido no meio pesquisado e é mais orientada para as práticas educacionais. De acordo com Severino (2007), a pesquisa ação é denominada como um tipo de pesquisa, onde o observador compartilha o cotidiano dos sujeitos estudados, participando de forma sistemática e permanente durante as pesquisas e nas atividades relacionadas aos objetos de estudo.

A metodologia aplicada nesta pesquisa proporcionou um olhar diferenciado e ampliado, pois a pesquisa ação permitiu uma análise detalhada do contexto investigado, propiciou um compartilhamento das situações vividas e um contato direto com os sujeitos da pesquisa, tendo assim uma visão crítica e reflexiva sobre o trabalho realizado, por que:

 

[...] nela predominam os enfoques interpretativos e críticos. Assim, tem como foco levar as pessoas envolvidas no processo de pesquisa a tomarem consciência do seu papel no processo de transformação da realidade. Pesquisador e sujeitos de pesquisa aqui se encontram em um imbricado processo de construção, por isso, durante o processo de pesquisa-ação, as pessoas envolvidas devem articular, permanentemente, as fases do planejamento e de atuação com as fases de coleta de dados e, da mesma forma, a implantação do projeto e a reflexão sobre seu desenvolvimento (HENNING; SILVA, 2016, p.08).

 

O/a pesquisador/a busca espaços para a aproximação e a construção da identificação dos sujeitos pesquisados, passando a interagir com eles em todas as situações. Para a coleta de dados, foi utilizada a observação participante e os registros do diário de aula.

A observação participante permitiu adentrar no universo investigado de maneira envolvente e dinâmica, foi uma excelente ferramenta para a coleta dos dados da pesquisa, pois o contato aconteceu de maneira prolongada e frequente e o investigador/a pode atuar de forma direta, onde:

[...] consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão próximo quanto um membro do grupo que está estudando e participa das atividades normais deste (MARCONI; LAKATOS, 2003, P.193).

 

O diário de aula proporcionou um acompanhamento detalhado do cotidiano da turma, permitindo revisar as práticas aplicadas, onde aconteceram momentos de reflexão e análise do trabalho, pois além das atividades executadas, neles foram registrados os sentimentos envolvidos na ação, as dificuldades encontradas e as conquistas realizadas, sendo uma excelente ferramenta de trabalho, dando assim a oportunidade do/a educador/a (re) avaliar seu processo de ensino aprendizagem.

Para Zabalza (1994), diário de aula é muito importante e necessário, pois nele estão contidas as reflexões, os pensamentos e as dificuldades encontradas em práticas pedagógicas, correspondendo ao momento de desenvolvimento profissional via “reflexão da ação”, podendo o/a educador/a posicionar-se melhor no exercício da docência, diante de situações reais, concretas, relativamente inesperadas, ao qual ele pode estar previamente preparado.

O contexto investigado foi uma turma de Educação de Jovens e Adultos que se realizou no Centro de Atenção Psicossocial CAPS,tendo como órgão mantenedor a Secretaria Municipal de Saúde, onde os sujeitos estudados foram usuários desta instituição, sendo homens e mulheres, adultos acima de dezoito anos, variadas etnias, credos, localidades, portadores de transtorno ou deficiência mental, onde todos/as os/as participantes possuem comprometimento cognitivo e fazem uso de psicofármacos.

 

A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL

 

Nossa fundamentação teórica visa problematizar a Educação como agente transformadora da sociedade, nesta perspectiva afirma-se que a “[...] leitura do mundo revela, evidentemente, a inteligência do mundo que vem cultural e socialmente se constituindo. Revela também o trabalho individual de cada sujeito no próprio processo de assimilação da inteligência do mundo” (FREIRE, 2002, p.46).

As pessoas portadoras de sofrimento psíquico são excluídas socialmente, apresentando redes sociais mais limitadas que a média das outras pessoas, para Fernandes; Moura (2009) a segregação não é apenas fisicamente, permeia o corpo social numa espécie de barreira invisível que impede a quebra de vários paradigmas.

A discussão do sentido de direito, e de seus beneficiários, expõe outro lado da questão, ou seja, os não-incluídos nas diversas categorias do direito. Os processos de inclusão nos direitos sociais vão se fazendo como conquista; não são, em muitos casos, dados, o que significa dizer que não basta constituí-los como direitos para auferir de sua proteção. Nos processos de luta e conquista, pode-se falar de não-incluídos, admitindo-se que o serão gradativamente, no cumprimento do que passa a ser um dever para o Estado (PAIVA, 2011, p.17).

 

É importante possibilitar o exercício da leitura e da escrita nestes espaços de saúde mental, pois este se configura em um excelente recurso para trabalhar a cidadania e a autoestima destes sujeitos, oferecendo atividades pedagógicas, que além de estimular a criatividade, reforça a capacidade de estabelecer relações interpessoais, fazendo com que tenham uma visão mais concreta de seu mundo.

Silva (2012) expõe sobre a satisfação que estes sujeitos têm em retornar a estes espaços de escolarização, pois além das atividades pedagógicas, proporciona uma ampliação do círculo de amizade, estreitamentos afetivos, entre outros, pois muitos destes sujeitos guardam marcas de uma trajetória de exclusão escolar no passado, sendo que:

 

[...] trançar políticas de direito com os sujeitos a quem são devidas essas políticas tem sido o desafio maior de gestores e de forças organizadas da sociedade, o que significa levar em conta saberes cotidianos, prévios, quase sempre ignorados pelos espaços escolares institucionalizados, que encobrem experiências sociais, históricas, culturais, de classe, de sociedade, de professores e de alunos, evitando trançar histórias e trançar com elas saberes, conhecimentos, produzidos nessa vida cotidiana, formando redes que passam a emergir na realidade da escola como emergem na realidade da vida (PAIVA, 2011, p.15).

 

Outro fator que dificulta estas pessoas irem para a escola é o acesso, pois geralmente as escolas de EJA são noturnas e são poucas que ofertam esta modalidade de ensino, pois muitos deles não têm condições de transitarem sozinhos à noite ou em trechos de maiores distância.

            Participar do processo de alfabetização e letramento no campo da saúde mental vai além de ensinar letras e números, sendo que:

 

[...] é a perspectiva emancipatória e a escolarizante a partir das seguintes dimensões: concepções de educação adotada, relação com o conhecimento, relações estabelecidas entre educador/a-educando/a. Dessa forma, identificamos na perspectiva emancipatória uma concepção de educação ligada aos processos de humanização, em que as práticas educativas, ao considerarem a realidade existencial dos educandos/as, propiciam um diálogo entre os saberes escolares e os saberes sociais (SILVA, 2012, p.19).

        

O analfabetismo e o analfabetismo funcional ainda são considerados como um grande desafio da educação brasileira, principalmente dentro de espaços de serviço mental, onde se constatou que a grande maioria não concluiu o ensino fundamental.

 

O analfabetismo de jovens e adultos é uma deformação social inaceitável, produzida pela desigualdade econômica, social e cultural. Há ainda um agravante neste caso: muitos programas de alfabetização ainda não atendem às necessidades específi­cas de cada segmento da população: indígenas, negros, mulheres, deficien­tes, campo etc., não levando em conta as culturas e as linguagens locais. Para tornar a EJA realmente eficaz na construção de uma sociedade multiétnica e pluralista, seria absoluta­mente necessária a alfabetização multicultural (GADOTTI, 2009, p.14).

 

Entende-se que educar é a continuação de uma sociedade, é transmitir cultura e conhecimento, fazendo parte dos processos formativos na vida familiar, no trabalho, na convivência humana, das instituições de ensino, nos movimentos sociais, entre outros, fazendo com que o indivíduo torne-se apto a viver em sua sociedade de maneira participativa, crítica, consciente e ativa, pois:

 

[...] a prática pedagógica precisa estar vinculada aos aspectos históricos e sociais dos educandos, visando à elucidação das questões que realmente importam para a comunidade, para ele se não ocorrer uma reflexão sobre si mesmo, sobre seu papel no mundo, não é possível ultrapassar os obstáculos, por isso a ação do professor é fundamental, porque estimula o sujeito à libertação quando o conscientiza, ou o leva à opressão quando o aliena (FREIRE, 2002, p.50).

 

Educar em espaços não escolares: uma perspectiva desafiadora

           

Segundo Moura (2011) O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um espaço para a articulação do cuidado clínico e a reabilitação psicossocial, os projetos terapêuticos existentes dentro dos CAPS devem trabalhar a construção de meios de inserção social, respeitando as possibilidades individuais de cada um, suas histórias de vida e a promoção da cidadania, esperando que se minimizem os estigmas de que o “louco” é incapaz de viver a sua própria história.

Pensar em educação dentro destes espaços de saúde mental é pensar em uma educação humanizadora, liberta de preconceitos, pois durante séculos acreditou-se que a doença mental ou "loucura" tornava as pessoas incapazes de perceberem seu meio e participar socialmente dele.

Uma inclusão excludente se desenha quando a cobrança do conhecimento escolar é feita só para alguns escolares. Embora em medidas e processos diferenciados, proporcionar as condições para que o conhecimento seja produzido por todos é uma das funções da escola, além do disciplinamento e do desenvolvimento de um princípio de vida em sociedade (LOPES, 2004, p.09).

 

O ser humano, enquanto ser social tem uma busca incansável por sua identidade e anseia em fazer parte da sociedade ao qual está inserido/a, para que haja esta inserção de maneira democrática, se faz necessário que a sociedade abra espaços para que o sujeito possa ser capaz de interagir, fomentando assim a convivência com as diferenças.

 

O homem dá início à constituição de sua identidade ao entrar em contato com o mundo, transforma a natureza e produz diferentes culturas. A cultura constitui a herança social do ser humano: as culturas alimentam as identidades individuais e sociais no que elas têm de mais específico (MORIN, 2002, p.64).

 

            Os/as estudantes jovens e adultos portadores de deficiência ou transtorno mental, muito embora taxados, sob o aspecto cognitivo, como tendo um nível intelectual semelhante ao de uma criança, não quer dizer que as atividades tenham que ser iguais ao de uma criança, ao contrário, estes estudantes são adultos e devem ser tratados como tal e não como crianças crescidas.

A V.M. tem 53 anos e é do interior do município, sabe escrever o nome, efetuar pequenas operações matemáticas e agora está na fase da construção das palavras, relata que alguma coisa aprendeu com sua sobrinha, que “brincava de escolinha com ela” (BUENO, Solange. Diário de aula em 28/04/2016).

 

Piaget (1987) coloca que o comportamento dos seres vivos não é inato e nem resultados de condicionamentos.  Para ele o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo. Em concordância com o autor, as atividades foram elaboradas de modo que os participantes pudessem  fazer parte da construção de seus conhecimentos e, não apenas meros espectadores.

 Passa pela compreensão de que é necessário investir em mudanças pequenas, constantes e produzidas na prática da reflexão teórica sobre o que se vive. Enfim, a inclusão escolar, entendida como colocar para dentro de um mesmo espaço físico e sem ser problematizada, tende a aumentar ainda mais os números da exclusão (LOPES, 2004, p.15).

 

Podemos afirmar que inclusão é quando são desenvolvidas atividades que possam proporcionar o desenvolvimento das potencialidades humanas, respeitando suas diferenças e limitações, valorizando a diversidade, abandonando assim a ideia que somente as “pessoas normais” podem contribuir para o mundo.

Os saberes que acompanham os indivíduos não devem ser desqualificados ou ignorados, pois “[...] o respeito à autonomia e à dignidade de cada um consiste em um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros” (FREIRE, 2002, p.25).

 

RESULTADOS E DISCUSSÕES: RELATOS DAS EXPERIÊNCIAS EDUCACIONAIS VIVIDAS NO CAPS

 

A Educação de Jovens e Adultos como processo inclusivo

          Segundo VARGAS (2016) o processo educacional na saúde mental como fonte de promoção de autonomia e emancipação, ainda se percebe na realidade das instituições, que esses elementos, por diferentes razões, não são alcançados.

Jovens e adultos com deficiência constituem hoje ampla parcela da população de analfabetos no mundo porque não tiveram oportunidades de acesso à educação na idade apropriada. Nos países economicamente ricos, a maioria das pessoas com deficiência está institucionalizada, nos países economicamente pobres, está escondida, invisível na escola e nos vários espaços sociais. Em ambos os casos elas são privadas de oportunidades de aprendizagem formal e de desenvolvimento (FERREIRA, 2009, p. 77).

        

          Um dos grandes desafios de nossa sociedade é conseguir proporcionar a todos os sujeitos condições iguais em relação à aquisição do conhecimento, e ao se falar de Educação de Jovens e Adultos para pessoas com necessidades educacionais especiais, o desafio pode ainda ser maior.

[...] o movimento de inclusão traz como premissa básica, propiciar a Educação para todos, uma vez que, o direito do aluno com necessidades educacionais especiais e de todos os cidadãos à educação é um direito constitucional. No entanto, sabemos que a realidade desse processo inclusivo ainda é bem diferente do que se propõe na legislação e requer ainda muitas discussões relativas ao tema (FRIAS; MENEZES, 2008/09, p.09).

 

            Percebeu-se que a educação e os espaços escolares têm vários significados na vida destes indivíduos. A socialização e a realização das atividades pedagógicas contribuem de forma bastante positiva no processo terapêutico, tornando-se desta maneira um instrumento a mais para a sua emancipação.

A partir da análise das observações das atividades propostas nesta turma de Educação de Jovens e Adultos no CAPS os registros nos diários de aula e do contexto pesquisado, foi possível perceber o quanto fez falta a escola e suas implicações sociais e pedagógicas na vida destas pessoas:

A M.T. tem 40 anos e frequentou a escola somente durante a primeira série, pois na infância começou a ter crises epiléticas, sempre relatou que gostaria de ter frequentado, aprender os conteúdos e conviver com as outras crianças. Quando iniciou na turma de EJA do CAPS há três anos, não sabia sequer escrever o nome, hoje M.T assina seu nome, realiza pequenas operações matemáticas, entre outras atividades e está frequentando a escola regular (EJA) e apesar de todas as dificuldades, não pensa em desistir (BUENO, Solange. Diário de aula em 14/04/2016).

 

                        Houve também uma preocupação com a permanência dos integrantes nesta turma, pois além de educar, aconteceram momentos de conversas com o intuito a estimular estes participantes a frequentar uma turma regular de EJA, pois não houve a intenção de institucionalizar estas pessoas, mas sim dar um aporte para que sintam que são capazes de estar “além dos muros” da instituição.

O W.T tem 51 anos e frequentou por um tempo o programa Brasil Alfabetizado, desistiu, pois as aulas era à noite, W. tem até hoje os livros e os cadernos de quando estudava, percebo que se tivesse a oportunidade ele voltaria para o ensino regular (BUENO, Solange. Diário de aula em 12/05/2016).

 

Ferreira (2009) aponta que incluir pessoas com necessidades educacionais especiais na Educação de Jovens e Adultos, demanda práticas pedagógicas que não contemple a exclusão, pois assim como os demais educandos da EJA, este educando/a busca nesta modalidade de ensino a possibilidade de adquirir conhecimentos básicos que vai mais além de ingressar no mundo do trabalho, mas que o torne um cidadão/ã crítico/a em sua sociedade.

            O/a professor/a como mediador/a do conhecimento deve trabalhar utilizando temas geradores ou palavras que sejam significativas para os sujeitos, que estejam relacionados ao seu cotidiano, fazendo com que os mesmos reflitam sobre suas vidas, desenvolvendo a consciência crítica.

Como já dizia Freire (2002), a educação é uma maneira de intervenção no mundo, um ato político, é dar oportunidade às pessoas de participarem de sua sociedade, pois se tem a crença errônea que a “loucura” neutraliza o sujeito de maneira que ele não possa perceber o seu meio e emitir seu pensamento.

Há uma ideia equivocada de que os sujeitos presentes nas instituições de saúde mental “não são aptos” para trabalharem, estudarem e terem autonomia sobre suas vidas, obviamente respeitando suas limitações individuais, a cultura da escola atrelada à economia proporciona um sistema educacional e social voltado para a disputa do mercado de trabalho, onde aqueles que possuem necessidades educacionais especiais acabam ficando excluído.

Para Vargas (2016) a educação é forjada de seu sentido quando se faz na perspectiva mercadológica. Ela deve ser aliada dos indivíduos, não uma baliza que limita e segrega quem tem acesso e quem não tem.

 

Centro de Atenção Psicossocial e Educação de Jovens e Adultos: uma parceria inovadora

Este trabalho procurou proporcionar aos participantes condições para que se tornassem sujeitos de sua própria aprendizagem, a partir de descobertas realizadas por meio de variadas formas, como: jogos, leituras e dramatizações, desenvolvendo seu senso crítico, modificando seu comportamento com responsabilidade, respeito e cooperação, tornando-se assim um cidadão/ã consciente de seu lugar na sociedade.

Os encontros aconteceram duas vezes por semana, onde foram realizadas atividades pedagógicas proporcionando o desenvolvimento de habilidades e capacidades sensoriais e motoras, imprescindíveis para o aprendizado da escrita e da leitura, considerando este como espaço-tempo para refletir, sentir, pensar e atuar como sujeitos pertencentes à sociedade, buscando desta forma contribuir para o desenvolvimento psíquico e motor dos mesmos.

A turma possuía poucos/as participantes, no máximo oito, pois as atividades foram pensadas individualmente, atendendo às singularidades e o tempo de cada um. O tempo médio da duração das aulas é de duas horas, sempre começando com uma conversa, de como passaram a semana, assim eles expõem seus sentimentos e emoções.

A construção do currículo procurou atender as especificidades individuais, adotando uma postura flexível, por considerar que era uma turma bastante mista, onde uns eram alfabetizados/as e por conta do adoecimento mental, muitas vezes se diziam “esquecidos/as”, até para escrever o próprio nome, outros não eram alfabetizados, promovendo assim um currículo adaptado a este público.

Dentro desta realidade, as atividades foram planejadas a partir de conceitos, como: matemáticos (números, cores, formas geométricas, etc), linguagens (letras, sílabas, formação de palavras, etc), sociedade e natureza (autocuidado, datas comemorativas, convivência social, conhecimento do território, preservação da natureza, etc), com o intuito de desenvolver ao máximo as potencialidades, capacidades e a produção de conhecimentos.

 

Na reflexão pedagógica sobre essa modalidade educativa, tem especial relevância a consideração de suas dimensões social, ética e política. O ideário da Educação Popular, referência importante na área, destaca o valor educativo do diálogo e da participação, a consideração do educando como sujeito portador de saberes, que devem ser reconhecidos. Educadores de jovens e adultos identificados com esses princípios têm procurado, nos últimos anos, reformular suas práticas pedagógicas, atualizando-as ante novas exigências culturais e novas contribuições das teorias educacionais (RIBEIRO, 2001, p.15).

 

O modo de avaliação partiu do pressuposto na aquisição das aprendizagens como tema central, não tendo como referências erros e acertos, por que:

 

(...) põe o diálogo no centro do processo ensino/aprendizagem e joga luz sobre as pontes que conectam os territórios artificialmente isolados. Substitui a interpretação unívoca, de natureza excludente, que propõe a avaliação como um processo articulado pela distinção entre erro e acerto, por uma orientação dialógica, que pressupõe inclusão e multiplicidade (ESTEBAN, 1999, p.04).

 

A avaliação foi mostrando as facilidades e as dificuldades que vão sendo apontadas ao longo do processo educacional por todos os envolvidos, realizou-se de maneira contínua, exigindo interpretação e reflexão das situações cotidianas, propiciando informações relevantes a todos os/as envolvidos/as:

 

A A.P. tem 45, no início foi muito difícil trabalhar com ela, pois como tem uma deficiência intelectual bem acentuada, tinha grandes dificuldades em entender as atividades propostas, gostava apenas de desenhar, muitas vezes começava a chorar, até a permanência na sala era conflituosa, mas com muito diálogo e carinho, consegui convencê-la a ficar na sala, pois ia mostrando que ela era capaz de aprender, valorizando assim as suas conquistas. Nas turmas anteriores a minha A. só costumava ficar desenhando, e, quando resgatei este trabalho, a proposta era que todos pudessem participar de atividades de leitura e escrita.  A. depois de mais ou menos um ano conseguiu escrever e reconhecer as vogais. (BUENO, Solange. Diário de aula em 02/06/2016).

 

Durante as aulas foram realizados diversos questionamentos aos participantes, como: vocês queriam ou querem frequentar a escola regular? Você frequentou a escola e como foi a experiência? O que/quem motivou a saída da escola? Pode me descrever o que é escola? 

            Diante destas interrogativas, as respostas foram variadas, uma das participantes relatou que:

Ao perguntar para a V.M de 53 anos sobre a escola, relata que frequentou apenas a primeira série, como não conseguia acompanhar a turma nas aprendizagens, a professora chamou sua mãe e disse que V. não precisaria frequentar a escola, pois ela não consegue aprender, expões que mesmo não aprendendo gostava de ir às aulas e que queria permanecer nela (BUENO, Solange. Diário de aula em 26/05 2016).

 

            Vargas (2016) comenta que neste período (década de 1970) da história social, na saúde mental a quebra de paradigma entre capacidades, independente das limitações dos indivíduos, e incapacitados/excluídos ainda era muito forte, onde neste período a reforma psiquiátrica ainda estava em construção.

            A conversa foi ficando mais animada, onde outros/as participantes começaram a colocar:

A participante I.S de 67 anos colocou que estudou até quarta série, gostava muito da escola, depois que se casou não voltou mais a estudar, com o adoecimento mental na juventude, onde começou a apresentar quadro psicótico crônico e alucinações, falou que ficou “esquecida das coisas”, já P. X de 51 anos frequentou apenas a 1ª série, onde esteve por alguns anos, como não conseguia aprender seus pais a tiraram da escola, falou que não gostava muito, pois as outras crianças ficavam debochando dela, sofrendo bulling, foi para o ensino regular da EJA, mas ficou apenas um ano, porque era à noite e o retorno para casa ficava difícil, pois morava um pouco distante, A.P de 45 anos relatou que gostaria de ter ido à escola, mas seus pais não deixaram, não tendo a opção de escolha (BUENO, Solange. Diário de aula em 26/05/2016).

 

Os relatos dos/as participantes proporcionaram reflexões sobre a exclusão dos processos escolares na vida destas pessoas, pois a educação é de suma importância na construção dos processos inclusivos e o trabalho com as diferenças exige do educador/a novos posicionamentos pedagógicos e éticos, onde a maioria dos/as participantes estiveram na escola, mas não conseguiram manter a frequência. Na atualidade as pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais têm o acesso à educação garantida por Lei.

Reconvocando as várias declarações das Nações Unidas que culminaram no documento das Nações Unidas "Regras Padrões sobre Equalização de Oportunidades para Pessoas com Deficiências", o qual demanda que os Estados assegurem que a educação de pessoas com deficiências seja parte integrante do sistema educacional. Notando com satisfação um incremento no envolvimento de governos, grupos de advocacia, comunidades e pais, e em particular de organizações de pessoas com deficiências, na busca pela melhoria do acesso à educação para a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram desprovidas; e reconhecendo como evidência para tal envolvimento a participação ativa do alto nível de representantes e de vários governos, agências especializadas, e organizações inter-governamentais naquela Conferência Mundial (SALAMANCA, 1994, p.01).

   

Turma de Educação de Jovens e Adultos CAPS

Descrição da atividade:neste dia foram trabalhados conceitos sobre a preservação da natureza, como a reciclágem do lixo doméstico e cuidados pessoais, com a utilização de livros para melhor visualização.

Descrição da atividade: nesta aula foi trabalhado conceito matemático, através da utilização do jogo de trilha, onde os/as participantes teriam que efetuar somas para seguir adiante no jogo.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muitos foram os momentos de desânimo e inquietações, onde questionava se este trabalho estava tendo algum significado na vida destas pessoas, mas quando chegava ao CAPS e eles vinham ao meu encontro, ansiosos pelas aulas, minhas angústias se dissipavam, deixando assim o entusiasmo tomar conta de mim novamente.

As experiências vivenciadas na turma de Educação de Jovens e Adultos no CAPS foram muito ricas e repletas de troca de saberes, onde proporcionou a reflexão sobre a importância das práticas educacionais e as contribuições que as mesmas podem trazer para vida destes/as participantes. Durante as aulas foi possível conhecer a realidade destes/as integrantes, suas expectativas, anseios e percepções.

Desta forma, procurou-se propiciar situações pedagógicas, para que os/as participantes pudessem sentir-se estimulados a experimentar novos desafios, além de promover a convivência social e o desenvolvimento das habilidades cognitivas, afetivas e motoras.

O convívio com outras pessoas com problemáticas e dificuldades semelhantes propiciou a estes sujeitos a percepção de que o outro também passa por problemas parecidos com os seus. Aliada às psicoterapias e terapias medicamentosas, estas aulas proporcionou uma constante valorização de suas identidades e a possibilidade de uma qualidade vida melhor.

Os processos educativos como o trabalho com alfabetização e letramento possibilitaram meios para que estes/as participantes pudessem manifestar seus sentimentos, ideias e anseios, valorizando atitudes de cooperação, hábitos de autocuidado, cidadania e respeito às regras da convivência social, pontuando assim como contribuição da EJA no campo da Saúde Mental de São Lourenço do Sul nos processos inclusivos, na (re) construção da cidadania e desenvolvimento das habilidades necessárias para processo de aquisição da leitura e escrita.

O trabalho que envolve as práticas de reinserção e reabilitação social constitui-se na desmistificação da ideia que o sujeito portador de transtorno ou deficiência mental é incapaz de adquirir novos conhecimentos e estarem presentes nos espaços sociais que queira estar, rompendo assim com o paradigma de tratamento voltado para a restrição dos espaços sociais.

 

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[1] Graduada Licenciatura em Pedagogia (UFSM), trabalha como Acompanhante Terapêutica no CAPS.

[2] Profª da Universidade Federal do Rio Grande/Instituto de Educação-IE/FURG, Coordenadora Coletivo Feminista/FURG, Coordenadora /FURG, Coordenadora Núcleo Estudos Afrobrasileiro e Indígena, Promotora Legal Popular.