Universidade Federal do Rio
Grande – FURG
Sistema Universidade Aberta
do Brasil
Curso de Aperfeiçoamento de
Professores para Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da
Educação Inclusiva
ESTUDO DE CASO
O aluno
Bonitinho tem 13 anos, mora com sua mãe, um irmão de seis anos e sua tia
materna, em um bairro de periferia, situado numa cidade do interior do Estado.
O bairro é acolhedor e possui boa infraestrutura
Após
aplicação do teste Wisc III, no CAPS infantil em 2011, conclui-se que o mesmo apresentou
inteligência limítrofe, demonstrando um déficit cognitivo importante, ele
freqüenta o 3º ano do ensino fundamental de uma escola estadual, está na sala
de recursos desde 2011, uma vez por semana, no projeto “Mais Educação” em turno
inverso e oficinas terapêuticas em um CAPS infantil uma vez por semana.
A escola é, por exemplo, um meio de estimulação
tanto social e motor, quanto cognitivo, no qual a criança tem maiores possibilidades
de ampliar seu desenvolvimento global. Se tratando da inclusão de uma criança
com deficiência intelectual é preciso que não só a instituição esteja
preparada, mas também os funcionários e os próprios alunos da escola, porém
têm-se uma preocupação no que diz respeito à inclusão dessa criança em uma
escola regular.
Para
JARDINI (2010), as pessoas que apresentam inteligência limítrofe possuem uma
importante dificuldade de aprendizagem, neste aspecto, é importante destacar o
papel da família que, por vezes assume para que o filho não consiga acompanhar
os demais colegas da mesma faixa etária, sem observar a importância dos
estímulos para a superação das dificuldades da criança e a toda capacidade que
ela apresenta.
Segundo o
parecer da escola, Bonitinho tem tido rendimento escolar muito baixo (mesmo
sendo repetente), tem problemas com sua autoestima, refere-se a si mesmo como
“burro”. Na sala de recursos da escola são trabalhadas atividades, como: jogos
com letras, recorte e colagem, jogos educativos e jogos no computador.
No CAPS infantil,
o aluno tem atendimento médico, pois fazia uso de medicação, atualmente não faz
mais, também tem acompanhamento psicológico, pedagógico e participa de oficinas
terapêuticas (informática e pintura em tecido), para auxiliar em suas
dificuldades, trabalhar limites e aumento da autoestima.
O trabalho
da escola em parceria com o CAPS infantil é de proporcionar
novos desafios, além de promover a convivência social e o desenvolvimento das
habilidades cognitivas, afetivas e motoras, necessárias para o aprendizado da
leitura e escrita.
Os pais do
aluno Bonitinho são separados há alguns anos, sua mãe possui uma deficiência
intelectual leve, seu pai é alcoolista, o irmão de seis anos freqüenta o
primeiro ano do ensino fundamental. Gosta de ir para a escola, tem boa relação
com os professores, colegas e funcionários, demonstrando carinho e afeição.
Sua mãe
relata que em casa Bonitinho tem dificuldades em aceitar regras, tem brigas
constantes com a mãe e o irmão, visto que parece que quer competir à atenção de
sua mãe, desde a separação de seus pais, tem pouca convivência com o mesmo. A
casa onde moram é de sua tia materna. Estão lá desde a separação dos pais,
segundo Bonitinho, a relação entre sua família e a tia é tranquila.
Seria interessante
trabalhar as seguintes atividades tanto na sala de aula regular, quanto na sala
de recursos:
·
Confecção do livro da vida, a partir
dos documentos trazidos pelos alunos, como fotos, documentos (cópias) e tudo
aquilo que diz respeito as suas identidades, estimulando assim à escrita;
·
Trabalhar a expressão artística com
desenhos, pinturas, modelagens e dramatizações;
·
Diferentes práticas de escrita e/ou
produções textuais, envolvendo ludicidade, roteiros e sequência lógica;
·
Atividades envolvendo apreciação
musical como cantos, interpretação de letras de músicas, utilização de
instrumentos musicais, construções de paródias a partir de músicas conhecidas;
·
Trabalho com literatura infantil:
leitura e interpretação oral e escrita de imagens e recontagem das histórias;
·
Prática de descrição,
narração, recontagem de situações vividas e significativas ao educando, através
de aulas-passeio, atividades extracurriculares no território.
Estas atividades tem o
intuito de ampliar as habilidades de memorização, aprimorando a linguagem,
comunicação e interpretação, aperfeiçoando as suas potencialidades de atenção e
concentração, e explorar a noção de
quantidades, tempo, espaço, através da observação e manipulação de diversos
materiais. Identificar cores, numerais, letras e formas geométricas, expressando-se e comunicando-se através da percepção, da
imaginação, da emoção, da sensibilidade e da reflexão.
Segundo
BRODZINSKI (2000) partindo do pressuposto de que cada indivíduo constrói sua
relação com a linguagem a partir da sua individualidade, de forma subjetiva,
pretende-se olhar para os dados de escrita inicial, por serem eles indícios que
revelam o contato da criança com a linguagem escrita. A investigação das pistas
e indícios deixados durante a produção de um texto permite perceber como se dá
a relação entre sujeito e linguagem.
O
estudo de caso proporciona uma visão mais ampla e integrada de uma unidade social,
tendo um potencial enorme de contribuição para a busca de soluções de problemas
da prática educacional, fornecendo informações importantes, que permita uma
abordagem mais eficiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.efdeportes.com/efd151/aspectos-gerais-da-deficiencia-intelectual.htm.
Acesso disponível em 28/06/2015
BRODZINSKI, Josilene. O
que as crianças “limítrofes” revelam através da escrita? Curitiba. 2000
JARDINI,
Renata Savastano R. Alfabetização e Reabilitação pelo método das Boquinhas.
Fundamentação Teórica. 2010
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