segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Universidade Federal do Rio Grande – FURG
Sistema Universidade Aberta do Brasil
Curso de Aperfeiçoamento de Professores para Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva

ESTUDO DE CASO
O aluno Bonitinho tem 13 anos, mora com sua mãe, um irmão de seis anos e sua tia materna, em um bairro de periferia, situado numa cidade do interior do Estado. O bairro é acolhedor e possui boa infraestrutura
Após aplicação do teste Wisc III, no CAPS infantil em 2011, conclui-se que o mesmo apresentou inteligência limítrofe, demonstrando um déficit cognitivo importante, ele freqüenta o 3º ano do ensino fundamental de uma escola estadual, está na sala de recursos desde 2011, uma vez por semana, no projeto “Mais Educação” em turno inverso e oficinas terapêuticas em um CAPS infantil uma vez por semana.
 A escola é, por exemplo, um meio de estimulação tanto social e motor, quanto cognitivo, no qual a criança tem maiores possibilidades de ampliar seu desenvolvimento global. Se tratando da inclusão de uma criança com deficiência intelectual é preciso que não só a instituição esteja preparada, mas também os funcionários e os próprios alunos da escola, porém têm-se uma preocupação no que diz respeito à inclusão dessa criança em uma escola regular.
Para JARDINI (2010), as pessoas que apresentam inteligência limítrofe possuem uma importante dificuldade de aprendizagem, neste aspecto, é importante destacar o papel da família que, por vezes assume para que o filho não consiga acompanhar os demais colegas da mesma faixa etária, sem observar a importância dos estímulos para a superação das dificuldades da criança e a toda capacidade que ela apresenta.
Segundo o parecer da escola, Bonitinho tem tido rendimento escolar muito baixo (mesmo sendo repetente), tem problemas com sua autoestima, refere-se a si mesmo como “burro”. Na sala de recursos da escola são trabalhadas atividades, como: jogos com letras, recorte e colagem, jogos educativos e jogos no computador.
No CAPS infantil, o aluno tem atendimento médico, pois fazia uso de medicação, atualmente não faz mais, também tem acompanhamento psicológico, pedagógico e participa de oficinas terapêuticas (informática e pintura em tecido), para auxiliar em suas dificuldades, trabalhar limites e aumento da autoestima.
O trabalho da escola em parceria com o CAPS infantil é de proporcionar novos desafios, além de promover a convivência social e o desenvolvimento das habilidades cognitivas, afetivas e motoras, necessárias para o aprendizado da leitura e escrita.
Os pais do aluno Bonitinho são separados há alguns anos, sua mãe possui uma deficiência intelectual leve, seu pai é alcoolista, o irmão de seis anos freqüenta o primeiro ano do ensino fundamental. Gosta de ir para a escola, tem boa relação com os professores, colegas e funcionários, demonstrando carinho e afeição.
Sua mãe relata que em casa Bonitinho tem dificuldades em aceitar regras, tem brigas constantes com a mãe e o irmão, visto que parece que quer competir à atenção de sua mãe, desde a separação de seus pais, tem pouca convivência com o mesmo. A casa onde moram é de sua tia materna. Estão lá desde a separação dos pais, segundo Bonitinho, a relação entre sua família e a tia é tranquila.
Seria interessante trabalhar as seguintes atividades tanto na sala de aula regular, quanto na sala de recursos:
·           Confecção do livro da vida, a partir dos documentos trazidos pelos alunos, como fotos, documentos (cópias) e tudo aquilo que diz respeito as suas identidades, estimulando assim à escrita;
·         Trabalhar a expressão artística com desenhos, pinturas, modelagens e dramatizações;
·         Diferentes práticas de escrita e/ou produções textuais, envolvendo ludicidade, roteiros e sequência lógica;
·         Atividades envolvendo apreciação musical como cantos, interpretação de letras de músicas, utilização de instrumentos musicais, construções de paródias a partir de músicas conhecidas;
·         Trabalho com literatura infantil: leitura e interpretação oral e escrita de imagens e recontagem das histórias;
·         Prática de descrição, narração, recontagem de situações vividas e significativas ao educando, através de aulas-passeio, atividades extracurriculares no território.
Estas atividades tem o intuito de ampliar as habilidades de memorização, aprimorando a linguagem, comunicação e interpretação, aperfeiçoando as suas potencialidades de atenção e concentração, e explorar a noção de quantidades, tempo, espaço, através da observação e manipulação de diversos materiais. Identificar cores, numerais, letras e formas geométricas, expressando-se e comunicando-se através da percepção, da imaginação, da emoção, da sensibilidade e da reflexão.
Segundo BRODZINSKI (2000) partindo do pressuposto de que cada indivíduo constrói sua relação com a linguagem a partir da sua individualidade, de forma subjetiva, pretende-se olhar para os dados de escrita inicial, por serem eles indícios que revelam o contato da criança com a linguagem escrita. A investigação das pistas e indícios deixados durante a produção de um texto permite perceber como se dá a relação entre sujeito e linguagem.
O estudo de caso proporciona uma visão mais ampla e integrada de uma unidade social, tendo um potencial enorme de contribuição para a busca de soluções de problemas da prática educacional, fornecendo informações importantes, que permita uma abordagem mais eficiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



BRODZINSKI, Josilene. O que as crianças “limítrofes” revelam através da escrita? Curitiba. 2000


JARDINI, Renata Savastano R. Alfabetização e Reabilitação pelo método das Boquinhas. Fundamentação Teórica. 2010 

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